Demais perdoai-me vós
Pela enorme rispidez.
Meu repúdio atroz
Pela falta de sensatez.
As rameiras de hoje na praia
Fomentam arrogância como jamais vi.
Despojam-se de vestes "biquíni"
Como no tempo de quem veste mini-saia.
E se a ousadia por si não bastasse,
Beijam dois a três no próprio dia
(Às vezes até entre mesmas se avia)
Impávidas permanecem mãe, avó e tia
Como se de tricô à filha se ensinasse.
Dizei-me o que de mal fiz
Ao criar tamanho despropósito
Será destino? Que me diz?
Talvez joguemos-nos antes do total compósito.
Que vida "imundana"
Agora vivenciais.
Gente que do inferno emana
Seus dotes (in)culturais.
Grande a dor
De ver o pudor
Se esvair,
Da vergonha suprimir,
Integridade a decair.
Mentes dementes
Que seus corpos ultrajaram.
Bocas sem sabão,
Que dislate originaram.
Por onde vagueiam as princesas de outrora
Terra de pretéritos cavalheiros se vede agora
Esta em que seres se desnudam
Onde todos criticam, mas nada mudam.
Ávido de difamar essas pestes!
Sedento de quebrar essas vestes!
Querendo esbaforir!
Advertindo no fundo o meu sentir...
Mulher incontida
Que se acha astuta,
Mais depressa é esquecida
Por ser... Diminuta.
A vós homens, que te achais demais
Por terdes com várias, vários finais
E no final senhora em casa ainda esperais.
No próximo verso te acomodais.
Homem comprometido
Que cobiça mulher alheia,
Ou é fementido,
Ou chora de barriga cheia.
Hoje vislumbrei um quadro
De uma cidade a cores
E pareceu-me a preto e branco.
Cidadão que de um adro
Outrora lutava por valores,
Vê-se agora manco
Quadro nada mais que pó,
De céu cinzento.
Garganta que deu nó,
Do homem que perdeu o seu alento.
Ah...Olhar cintilante
Que do brio dessa cidade
Te perdes-te.
Da cidade deslumbrante,
Que aos olhos, tu ardes-te.
Olhar que secou...
Amar que amargurou...
Orgulho que definhou...
Virá agora alguém reconstruir-te.
Perdurarás por mais anos.
Já os olhos que tu seguis-te,
Não deixarão de ter danos...
Tu, que bons poemas,
Sabes fazer...
Tu, que a ti próprio,
Meteste uns belos emblemas...
Porquê a todos os que escrevem
Também bons têm de o ser?
Tu, que fazes coisas fascinantes...
Tu, que os teus poemas tentas embelezar...
Podes também fazer coisas semelhantes,
Basta só saberes rimar!
Tu, que tanto nos alegras...
Tu, que nos fazes rir ou até chorar...
Parece que não enxergas ...
Já paraste para nisto pensar?
Tu, que só criticas a tua própria sociedade...
Tu, que só olhas pr'o teu umbigo e inchas o peito...
Tu, que não só criticas a riqueza como a puberdade ...
Já pensaste que também és um sujeito?
Tu, que só falas de coisas abstractas ...
Tu, que criticas e maltratas...
Tu, que falas de sonhos e sentimentos...
Já viveste algum desses momentos?
Eu sei que contudo isto,
Me estou a contradizer,
Pois também escrevo poemas.
Mas eu tenho sede de escrever...
A minha vida só tem dilemas...
Sei que sou um escritor mendigo...
Mas fui eu que tive a coragem de dizer,
O que todos já tinham visto!
Por isso só esta quadra mais te digo:
Tu, que com os teus poemas arrasas,
Tentas a todos maravilhar...
Mas se Deus não te deu asas,
Porquê achas que sabes voar?
Se sei, sei
Se sei, que nada sei
Assim estou-me a negar!
Se sei o que não sei
O impossível eu encontrei!
Calma já me estou é a baralhar.
Se sei, sei.
Se sei que nada sei
Assim estou-me a negar!
Porque se sei...
Como é que aqui cheguei?
Assim já estou a aldrabar.
Portanto se sei, sei
Se sei que nada sei
Assim estou-me a negar!
Porque se sei
Como posso não saber?
Há já estou a compreender
Portanto, não é "Só sei que nada sei"
Mas sim"Só sei que tudo não sei."
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